quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mulher indignad@

"No pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. "Um 'infiel' pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos 'fiéis'. Já a inferioridade da mulher é imutável", escreveu Leila num ensaio sobre o tema, em 1992."¹

Estava eu...aqui no meu cantinho, quando um homem, infeliz, veio até mim e disse que eu sou louca, que deveria mudar meu modo de pensar e de agir, que deveria mudar minhas convicções em ser uma mulher independente, porque eu preciso de um homem. Fiquei aborrecida e pasmada em ter que ouvir isso. Mas, não satisfeito ainda acrescentou que ele não ficaria comigo enquanto não me adequasse aos padrões (de décadas atrás) de uma mulher submissa que ama o seu parceiro acima de si própria e de qualquer outra coisa. Recebi esse comentário como ofensa, mas me inspirou a escrever um novo post.

Fico estarrecida em ainda ouvir esse tipo de argumento de homens jovens e esclarecidos, homens estes que acham que eu deveria me contentar em ser uma mulher sub só pelo medo de que eu seja sob, se não tem nada melhor a dizer, cale a boca! Criticam o fato de eu pagar minhas contas através do meu trabalho, desdenham das minhas conquistas diárias, e me ridicularizam pelo fato de não querer parecer com suas mães e avós.

Concordei com parte do comentário no ponto em que preciso de um homem, mas num parâmetro bem diferente ao que ele mencionou. Só preciso de um ser humano masculino, porque sou heterossexual, pois se fosse homossexual, eu precisaria de uma mulher. Eu preciso de um homem sim, mas não para ter alguém pra pagar minhas contas, resolver meus problemas ou usar uma furadeira para pôr um quadro na parede, isso faço sozinha. Preciso de um homem para me fazer companhia nos momentos de solidão, alguém que me ame, me respeite e que queira estar ao meu lado apenas porque minha presença lhe faz bem.

Mas minha indignação não se limita apenas a esses homens, mas também às mulheres que ainda defendem esse tipo de ponto de vista. Não erro em dizer que essas ainda continuam com esse discurso apenas por estarem acomodadas, porque é muito mais fácil ter alguém para pensar e agir por elas. Só que elas não entendem que no mundo em que nós vivemos apenas os fortes e corajosos sobrevivem, os demais subexistem, só que o que me difere delas é o fato de que eu quero viver, e viver plenamente.

Se minhas "amigas" que defendem o papel de mulherzinha submissa seguissem de fato o modelo de submissão e contentamento, elas deveriam agir como as mulçumanas de forma bem diferente da adaptação ocidental para o real significado da palavra submissão(Ato ou efeito de submeter./Obediência voluntária; sujeição: submissão perfeita./Humildade, humilhação, passividade,subserviência.²). Sejamos honestas, uma pessoa inteligente não se sujeita a obediência a outra apenas pelo fato de ser homem.

Mas assim a vida segue, elas enganam seus parceiros, fazendo-os acreditar que são suas cadelinhas e eles acreditam nesse teatro, que apenas adia algumas discussões e insatisfações. Acho que os homens poderiam frequentar algumas rodas femininas (desfarçados, claro!!) e ouvir cada jeitinho feminino que temos para conduzi-los como nos apraz.

Como eu não tenho vocação para o estrelato e a atuação não é o meu forte, o modelo de mulher submissa não me serve. As mulheres já provaram diversas vezes que não precisam de donos.

Sou feminista e acredito no direito a igualdade de pessoas, independente do sexo. Penso que podem existir modelos de relacionamento onde homem e mulher sejam co-iguais e co-parceiros que visam o sucesso de uma relação a dois.



Entao...fica registrada minha indignação, e só não queimo sutiens porque eles estão absurdamente bonitos e caros.

Bjs a tod@s

Por Priscila Messias
_______________________________________________________
¹http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/contexto_debate.html
²http://www.dicionariodoaurelio.com/Submissao.html

Nenhum comentário: